quinta-feira, 30 de julho de 2009

incontinência Fecal - o tabu e os diversos tratamentos


Incontinência fecal (ou incontinência anal) é a perda involuntária de fezes ou gases, que afeta aproximadamente de 2 a 5% da população brasileira, em maior ou menor grau.

Como muitas pessoas tendem a esconder o problema e não contar nem ao seu médico, esse número é difícil de ser avaliado. A falta de conhecimento de uma possibilidade de tratamento e a vergonha de comentar sobre o problema gera ansiedade, depressão e isolamento social. É importante que o paciente saiba o máximo possível sobre esta condição e converse abertamente com seu médico.

A incontinência fecal é normalmente uma situação tratável, e o tratamento pode diminuir os sintomas e até curar a incontinência. Entre os adultos jovens, o problema é mais comum nas mulheres, e afeta idosos de maneira semelhante.

A continência normal exige função normal tanto do sistema nervoso, quanto do trato digestivo, além dos esfíncteres anais e musculatura pélvica, que envolve o final do intestino grosso. Muitas são as causas de incontinência, e muitas vezes são combinações de várias causas, dentre elas, destacam-se:

Lesão dos esfíncteres anais: são músculos localizados na pelve e no final do reto e ânus circundando-os em forma de anel. A sua contração evita o escape involuntário de conteúdo intestinal, e é crítico para manutenção adequada da continência. Qualquer dano ou perda de controle sobre esses músculos pode levar à incontinência. Esse tipo de lesão ocorre mais comumente durante o parto vaginal ou cirurgia anal (especialmente cirurgia de hemorróidas).

Causas neurológicas: diabetes, esclerose múltipla, trauma ou tumores medulares podem diminuir as sensações, a força e o controle nervoso sobre o trato digestivo inferior. Também o parto vaginal pode levar à acometimento da função esfincteriana, mesmo após vários anos do parto.

Diminuição da distensibilidade do reto: doenças inflamatórias intestinais ou induzidas por radioterapia podem diminuir a capacidade de expansão e armazenamento de fezes do reto.

Alteração crônica da consistência das fezes: fezes endurecidas no reto podem levar os esfíncteres anais a se relaxarem e permitir a passagem de fezes líquidas além desse bloqueio. É causa freqüente de incontinência em adultos mais velhos, já que são causadas por perda da sensibilidade retal, falta de mobilidade, algumas condições de saúde mental e ingestão pobre de líquidos e fibras. Por outro lado, o abuso de laxativos para tratamento da incontinência crônica pode levar à formação de fezes líquidas, que são mais difíceis de segurar.

Doenças orificiais: doença hemorroidária, fissura anal, abscessos ou fístulas perianais podem levar à perda de muco ou pus pelo ânus, simulando incontinência leve.

Outras causas: crianças com defeitos congênitos no ânus e esfíncteres anais podem sofrer de incontinência. Algumas vezes, as causas podem não ser conhecidas, e são chamadas de idiopáticas. Ocorrem com maior freqüência em mulheres adultas.

A causa da incontinência quase sempre pode ser estabelecida com uma avaliação cuidadosa da história clínica, exame físico e testes diagnósticos.

HISTÓRIA CLÍNICA

Alguns dados da história da incontinência podem sugerir as causas. É importante que o médico tenha conhecimento da natureza, duração, severidade e forma de início dos sintomas, principalmente porque a queixa não é espontânea na maioria das vezes, mas aparece apenas seguida ao questionamento médico.

EXAME FÍSICO

Avaliação da região perianal, da presença de vestes sujas, defeitos anais ou cicatrizes perianais visíveis, além do toque retal, são importantes para ajudar no estabelecimento do diagnóstico da causa da incontinência.

TESTE DIAGNÓSTICOS

Apesar do exame físico e história já sugerirem a(s) causa(s) da incontinência, alguns testes são particularmente úteis no diagnóstico correto, para que se possa estabelecer um tratamento adequado.

EXAME DIRETO DO INTERIOR DO INTESTINO

Colonoscopia, sigmoidoscopia ou anuscopia podem ajudar a identificar inflamações, tumores e outras causas de incontinência.

EXAME DE FEZES

Pode ajudar a identificar a causa de incontinência em alguns pacientes com diarréia.

ULTRA-SONOGRAFIA

Pode revelar anormalidades dos esfíncteres, parede retal e musculatura pélvica que ajuda na continência.

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