quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sedentarismo - um vilão contra sua saúde

Nos últimos 100 anos a tecnologia evoluiu, trazendo consigo inúmeros confortos e facilidades para as atividades da vida cotidiana, as quais resultaram em uma sensível redução na atividade física do ser humano de um modo geral, ou seja, cada vez nos movimentamos menos. Hoje já não é necessário andar para ir a lugar algum, pois temos os meios de transporte sem utilização de energia própria e o que é ainda melhor, bem mais rápido do que o tradicional caminhar. Ou nem mesmo sair do lugar, uma vez que apenas com a utilização dos dedos podemos comprar o que quisermos sem sair do conforto do lar através da Internet.

Porém toda essa comodidade nos trouxe um fenômeno comportamental deletério denominado sedentarismo, que é caracterizado, segundo Weineck, como nível de exigência muscular e aeróbia abaixo de um determinado limiar por um longo período, que é 30% e 50% respectivamente. Outros autores o definem apenas como falta ou grande diminuição da atividade física; e existe ainda os que o definem em relação ao dispêndio calórico semanal através de atividades físicas abaixo de 2.200 calorias.

O modo de vida sedentário traz consigo inúmeras conseqüências negativas a saúde do organismo como um todo. No aparelho locomotor composto pelos ossos, músculos e ligamentos, temos grande perda de sua função sendo essa relacionada em grande parte as perdas de massa muscular e óssea; e o surgimento de dores musculares, pois músculos encurtados e mais fracos não suportam os estresses aplicados sobre eles ao longo do dia. Agora o maior impacto que esse estilo de vida trás para a saúde, esta relacionado ao sistema cardiovascular, onde ocorre profunda perda de eficiência, principalmente pelo entupimentos de suas artérias (que implica em diminuição de oxigênio para o coração) e também pela redução na capacidade de ejetar o sangue, ou seja, ele precisará bater mais vezes para atender a mesma demanda sanguínea, o que em ultima analise diminui a vida útil do coração. Esse estilo provoca ainda outros fatores negativos como, queda do VO2máx, ganho de peso (através do acumulo de gordura), redução da capacidade respiratória, redução da aptidão física, redução na eficiência do sistema imunológico, redução da tolerância à fadiga, queda da força muscular e da flexibilidade, etc.

Segundo alguns autores, o sedentarismo pode ser considerado como o fator de risco nº 1 para nossa saúde e para outros como a doença do milênio. O que se pode dizer é que existe uma serie de doenças relacionadas com a falta de atividade física, denominadas genericamente de Doenças Hipocinéticas (hipo=falta e cinética=movimento) das quais podemos destacar: doenças cardíacas coronarianas (infarto do miocárdio, arterosclerose, etc), hipertensão arterial, diabetes, aumento de colesterol, osteoporose, sarcopenia (perda de massa muscular), doenças articulares, ansiedade, e inúmeras outras.

Diante de todos os fatos apresentados acima cabe a pergunta de como combater esse mal, e a resposta para ela é muito fácil, ou seja, é só aumentarmos as atividades físicas para que elas causem um gasto calórico semanal acima de 2.200 calorias, o que é conseguido com um total de pelo menos 30 minutos diários de atividades físicas moderadas na maioria dos dias da semana, senão todos, como recomenda o Colégio Americano de Medicina do Esporte. Esses 30 minutos podem ser atingidos através de atividades do dia-dia como cortar grama (sem cortador elétrico), lavar o carro, levar o cachorro pra passear, etc; ou através de exercícios físicos estruturados como andar, correr, nadar, pedalar, musculação, ginástica, etc. A diferença entre esses dois tipos de atividade física é que o primeiro não promove modificações significativas na aptidão física geral e composição corporal, portanto se tiver a possibilidade de praticar algum exercício físico regular o faça, lembrando-se é claro de consultar um médico e ser orientado por um educador físico.

texto elaborado por Alexandre Gasbarra - Educador Físico

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